sexta-feira, junho 16, 2023

Vivência: Revista de Antropologia da UFRN - DEBATES ATUAIS SOBRE CONSUMO NA ANTROPOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS

Vivência: Revista de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Classificação: A2

Dossiê temático: DEBATES ATUAIS SOBRE CONSUMO NA ANTROPOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS

Prazo: 15/08/2023

Titulação: Em 1979, Mary Douglas e Baron Isherwood lançaram O mundo dos bens: Por uma antropologia do consumo. A obra, pela primeira vez, analisa o consumo pela ótica da antropologia. Os bens, para os autores, são comunicadores e atuam como poderoso sistema de classificação. O consumo é um processo, e o que ocorre com bens no âmbito da vida cotidiana é parte desse processo, ou seja, é preciso que se pense no que ocorre com os bens quando chegam às mãos dos consumidores. Uma década mais tarde, em A invenção do cotidiano, Michel de Certeau e dois dos seus pesquisadores, Pierre Mayol e Lucy Giard (1980), reafirmaram esse aspecto do consumo, argumentando que os indivíduos se produzem na vida cotidiana. Assim, a ideia de práticas de consumo, envolvendo escolhas, as diferentes formas de acesso aos bens, a fruição e, tema que vem sendo fortemente discutido na atualidade, o descarte, são partes desse processo. Na atualidade percebemos a intensa presença da internet e dos dispositivos digitais conectados nas relações sociais, nas formas de negociação e processos de consumo, agora fortemente filtrados pela atuação dos algoritmos nos meios digitais (DOMINGUES, 2013 e 2016), o que, por si só, já abre toda uma agenda de debates no campo dos estudos de consumo, convergindo para questões sobre vigilância, política, direitos. A pandemia de coronavirus/COVID-19 que parou o mundo em 2020, catalisou, para aqueles com acesso à rede, essas formas mediadas de produção, negociações (monetárias ou não) e consumo de bens, serviços e experiências digitais (como games, e-books e streamings audiovisuais), ou materiais (lojas, sites e aplicativos de compra e venda, em geral).

Mais Informações: É nesse contexto que pretendemos, com esse dossiê, reunir trabalhos que tragam reflexões acerca de práticas e debates correntes sobre consumo, considerando processos de escolha, novas formas de aquisição e acessos, fruição, experiências e descarte. Serão especialmente acolhidos textos que incluam reflexões com base em resultados de trabalhos etnográficos, e, ainda, que abordem suas mediações algorítmicas e relações com a mídia de massa, suas dimensões políticas e/ou jurídicas, sustentabilidade e meio ambiente, dentre outras discussões correntes no campo da antropologia e das ciências sociais que se dedicam ao seu estudo.

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