segunda-feira, dezembro 20, 2021

Revista Latitude - "Cidades negras nas Américas - a produção de políticas de enfrentamento ao racismo" - Até 30/08/2022

Nome da Revista: Revista Latitude

Classificação: B4

Dossiê Temático: "Cidades negras nas Américas - a produção de políticas de enfrentamento ao racismo"

Prazo: 30/08/2022

Titulação: O(a) primeiro(a) autor(a) deve ter titulação de doutor(a)

Link para a chamada: clique aqui 


Texto da chamada


DOSSIÊ: CIDADES NEGRAS NAS AMÉRICAS: A PRODUÇÃO DE POLÍTICAS DE ENFRENTAMENTO AO RACISMO


 


Organizadores:


Reinaldo José de Oliveira, pesquisador vinculado ao Núcleo de Estudos Psicologia, Psicanálise, Identidade, Negritude e Sociedade - NEPPINS/UFRB e ao Núcleo de Estudos Urbanos – NEPUR/PUC-SP


João da Costa Vargas, docente da Universidade da Califórnia – Riverside


Regina Marques de Souza, professora do Centro de Ciências da Saúde – CCS/UFRB e


coordenadora do Núcleo de Estudos Psicologia, Psicanálise, Identidade, Negritude e Sociedade - NEPPINS/UFRB.


 


Apresentação do dossiê:


O dossiê Cidades negras nas Américas: a produção de políticas de enfrentamento ao racismo, tem como objetivo compor reflexões, estudos e pesquisas que versem sobre o espaço urbano, relações étnico raciais, segregação, racismo e políticas públicas nas cidades dos territórios latino americano e norte-americano. A questão do direito à cidade, inicialmente, protagonizada por Henri Lefebvre, em nossa atualidade, deve ser observada por múltiplos quadros das desigualdades, em especial, o direito à igualdade étnico racial e às diferenças culturais das populações negras. É imprescindível contextualizar cidades, relações étnico raciais, segregação e políticas públicas em sociedades fundadas com históricos do escravismo, colonialismo, patriarcalismo e do capitalismo dos séculos XX e XXI.  Regina Marques de Souza (2016), Reinaldo José de Oliveira (2016) e João Vargas (2016),) em suas produções, destacam as reflexões teóricas, empíricas e as observações sobre as realidades das cidades negras no Brasil e nas Américas: os aspectos sociais, históricos, geográficos, políticos, psicológicos, antropológicos, econômicos e urbanos de diferentes quadros do racismo e das estratégias dos sujeitos negros para a construção do direito à cidade. A produção nacional sobre espaço urbano, de um lado, é constituída por interpretações que centraliza o cenário das desigualdades socioeconômicas, como, as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, em razão do mito da democracia racial e da política de embranquecimento. De outro lado, a recente produção dos pesquisadores negros e da diáspora, corroboram para a contextualização da população negra que habita o chão das cidades do capitalismo local, regional, nacional, sul-americano, norte-americano e global (SILVA, 2006; VARGAS, 2016; MBEMBE, 2020). Portanto, diante dos cenários da necropolítica, do mapa da violência, do desemprego, do racismo, do preconceito e da discriminação nos territórios, é central a proposição do dossiê, ressaltando a produção de saberes, práticas e tecnologias orientadas para a construção do direito à cidade, principalmente a intersecção da igualdade, da diferença e da diversidade. A concepção teórica metodológica sobre cidade negra tem como base os aspectos qualitativos e quantitativos (OLIVEIRA, 2016). O qualitativo reúne um acervo histórico, político, social, geográfico, religioso, econômico, urbano e psicológico, de transdisciplinaridade. Nas cidades fundadas durante o escravismo, por exemplo, as capitais de Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, quase tudo no horizonte do ambiente construído, material e subjetivo, tem as inscrições materiais e subjetivas da população negra. Na perspectiva quantitativa, as cidades negras são os territórios que se apresentam com população acima da média dos quadros nacional, regional, estadual, municipal e do bairro. Segundo os dados do censo do IBGE, 2010, dentre as 100 maiores cidades com população negra (% em dados relativos), 68 delas estão localizadas no estado da Bahia, dentre as dez primeiras, oito estão localizadas no Recôncavo Baiano. Além dessa classificação, as cidades negras estão nos grandes centros (em dados absolutos), localizadas nas periferias, favelas, guetos, quebradas, nos conjuntos habitacionais de baixa renda, nas favelas e nas áreas próximas dos bairros ricos, porém, distantes da hierarquia social.  Nossa proposta de dossiê buscara trazer para o debate diferentes realidades do urbano e da vida social da população negra: a segregação étnica racial, o planejamento urbano, o território e as territorialidades, o bairro negro, os movimentos sociais negros e a cidade, gênero, etnia raça e espaço urbano e as políticas públicas com ênfase nas relações étnico raciais e a cidade.


        


Referências Bibliográficas

MBEMBE, Achille. Necropolítica – biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo, n-1 edições, 2020.

OLIVEIRA, Reinaldo José de. Territorialidade Negras e Segregação racial na cidade de São Paulo: a luta por cidadania no século XX. São Paulo, Editora Alameda, 2016.

SILVA, Maria Nilza da. Nem para todos é a cidade: segregação urbana e racial em São Paulo. Brasília, Fundação Cultural Palmares, 2006.

SOUZA, Regina Marques de. Cenários da Saúde da População Negra no Brasil – Diáslogos e Pesquisas. Cruz das Almas, Editora Fino Traço e Editora UFRB, 2016.

VARGAS, João H. Costa. The Denial of Antiblackness: Multiracial Redemption and Black Suffering, 2018.


Recebimento de trabalhos até: 30 de agosto de 2022.


Previsão de publicação: jan. de 2023 (referente a ago./dez.2022).