Nome da Revista: Revista Eco-Pós
Classificação: B2
Dossiê Temático: "Apropriações e ressignificações na arte e no pensamento"
Prazo: 10/09/2021
Titulação: doutorado em comunicação e áreas conexas; outras titulações apenas em coautoria com um doutor
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Texto da chamada
Dossiê: Apropriações e ressignificações na arte e no pensamento – Revista Eco-Pós Vol.24, N. 3
A apropriação e a ressignificação dos mais variados signos parece ser intrínseco à criação. Desde épocas em que uma mimesis imperava, a arte e o pensamento já se pautavam na “imitação” da natureza e no aporte a ideias ditas “essenciais” para cada uma de suas atividades criadoras. Foi, no entanto, a partir de uma ruptura com modelos e essencialismos – que deveriam ser necessariamente “copiados”, “representados” –, que se passou a atuar em movimentos efetivamente inventivos de repetição, a saber, na instauração de uma diferença produtora de real.
No caso da arte, e notoriamente nos dias atuais – em que vivemos imersos em uma “cultura remix”, percebe-se como a tomada de signos pode servir para o impulsionamento da realização de obras. Nessa linha apropriacionista, a arte surrupia objetos e materiais não apenas em uma metalinguagem (a arte tomando da arte), mas também de diversos outros campos do saber, carregando e dotando de forças estéticas documentos e registros externos à sua expressão.
Em trabalhos ditos de cunho mais teórico, a apropriação e a ressignificação de noções e conceitos aparece, do mesmo modo, com intensidade e relevância. O labor de pesquisadores, por exemplo, está intimamente ligado a citações, colagens e reinvenções de pensamentos outros. É inevitável pensar, nesse caso, no famoso trecho da “Carta a um crítico severo” em que Gilles Deleuze declara se ver enrabando os filósofos do pensamento de que se apropria, para deles produzir filhos, proles monstruosas, verdadeiras aberrações.
A partir dessas especulações, propomos neste número da Revista Eco-Pós a recepção de artigos, traduções, resenhas e entrevistas que partam da premissa da apropriação e da ressignificação como força motora de ordem crítica e/ou estética, produtora da diferença nos mais diversos campos: artístico, comunicacional, filosófico, literário etc. Para além de inúmeras técnicas e procedimentos (colagem, bricolagem, sampleagem, reciclagem, détournement), mas sem abrir mão deles, vislumbramos investigações que problematizem como se dão as apropriações em questão e como elas ganham novos sentidos e sensações que as diferenciam das fontes originárias, na dissolução parcial ou total de autorias. Visamos assim, contribuições que abordem a apropriação, a ressignificação e o remix em um sentido expandido.
Temas possíveis:
- Arte da apropriação
- Escrita conceitual
- Recriações filosóficas
- Ressignificações e deformações conceituais
- Cultura remix
- Copyright e copyleft
- A questão da autoria
Editores convidados: Ciro Lubliner (FFLCH/USP) e Lucas Murari (UFRJ)
Prazo para submissões: 10 de Setembro de 2021
Previsão de publicação: Dezembro de 2021
Submissão de artigos: revistaecopos.eco.ufrj.br/