Nome da Revista: Políticas Culturais em Revista
Classificação: B2
Dossiê Temático: "Guerras culturais: políticas em confronto"
Prazo: 20/12/2021
Titulação: somente serão aceitos artigos que tenham entre seus autores um doutorando ou um doutor
Link para a chamada: clique aqui
Texto da chamada
A Políticas Culturais em Revista, publicação eletrônica da Rede de Estudos em Políticas Culturais, divulga a chamada de trabalhos para a primeira edição de 2022 (v. 15, n. 1) que, além de artigos científicos e resenhas sobre Política Cultural e temáticas correlatas, contará com o seguinte dossiê temático: Guerras culturais: políticas em confronto.
Editores responsáveis: Pablo Ortellado (USP) e Diogo de Moraes Silva (USP)
"Guerras culturais" foi o termo adotado pelo sociólogo americano James Hunter para se referir aos conflitos de visão de mundo que opõem progressistas a conservadores e que se expressam em disputas políticas sobre temas morais como a emancipação das mulheres, o aborto, a posse de armas e a legalização das drogas. Os historiadores normalmente apontam a gênese mais imediata das guerras culturais nas demandas dos novos movimentos sociais dos anos 1960 e 1970 (o movimento negro, o movimento feminista, o movimento LGBTQIA+ e a contracultura) por mudanças nas relações interpessoais e, em contrapartida, na reação conservadora a essas mudanças, que começou a se organizar a partir do final dos anos 1980 e início dos anos 1990.
Esses conflitos políticos em torno de pautas morais tiveram grande impacto no campo da produção cultural, com manifestações artísticas assumindo posturas políticas mais explícitas e movimentos de protesto sendo organizados para enfrentar exposições e espetáculos. Na esteira dessas controvérsias, surgem propostas de políticas públicas que encarnam determinados valores e encampam causas morais.
Com esse cenário em vista, convidamos os interessados a submeterem artigos, ensaios, resenhas críticas e entrevistas resultantes de estudos e pesquisas que abordem as guerras culturais contemporâneas (i) a partir de conceitos-chave e teorias favoráveis à compreensão do fenômeno; (ii) em torno dos eventos e manifestações artísticos, assim como nas políticas culturais; (iii) nos meios de comunicação; (iv) nos ambientes educacionais e nas políticas educacionais; (v) nos movimentos sociais e nas políticas de direitos humanos; (vi) nos embates sobre as configurações familiares; e (vi) nos círculos religiosos.
Sem prejuízo a outras contribuições, listamos abaixo algumas questões de interesse:
a) Quais as características e as particularidades das guerras culturais no Brasil?
b) Como o setor cultural e as políticas culturais têm reagido à deflagração das guerras culturais?
c) De que maneira as guerras culturais vêm impactando a produção cultural recente?
d) Como as guerras culturais influenciaram a produção simbólica do campo conservador, suas formas de expressão e seus canais de distribuição?
e) Em que medida as guerras culturais estão incidindo em instâncias sociais de reprodução de valores, como as instituições artísticas, os meios de comunicação, as escolas e as igrejas, no sentido de produzir homogeneidade cultural?
Recebimento de artigos: até 20 de dezembro de 2021, exclusivamente pelo sistema da Revista.
Previsão de publicação no primeiro semestre de 2022.