Nome da Revista: Civitas
Classificação: A1
Dossiê Temático: Ciganos no
Brasil: relações entre continuidade, mudança e diferença
Prazo: 1º de novembro 2021 – 31
de março 2022
Titulação: Exige-se
"doutorado" ou "doutorado em andamento" como titulação
necessária para a submissão. Nos casos de coautoria essa condição deve ser
atendida por todos autores.
Organizadores: Juliana Miranda Soares Campos (UFMG) ; Martin Fotta (Instituto de etnologia da academia de Ciências da República Tcheca)
Os povos ciganos (Romanis) estão presentes no Brasil desde os primeiros dias da colonização portuguesa e ao longo desse tempo o lugar social atribuído a eles pela sociedade brasileira mais ampla foi sofrendo modificações: foram tratados como cristãos-velhos quando deportados de Portugal para o Brasil no século XVII; perseguidos como vadios após a abolição e no contexto do disciplinamento do trabalho no final do século XIX; e reconhecidos como povos tradicionais no início do século XXI. Em todos estes contextos, os ciganos conseguiram preservar sua singularidade e reconstruir continuamente um modo distinto de estar no mundo e de se relacionar com ele - que alguns deles chamam de "vida de cigano". Esta chamada para núcleo temático se interessa por artigos que venham discutir tais modos singulares de existência, a partir de temáticas diversas, tendo como possíveis eixos que tranversalizam os trabalhos: como os ciganos articulam sua autonomia e ao mesmo tempo sua dependência em relação ao mundo não cigano que o circunda no Brasil; como os encontros dos ciganos com não ciganos e/ou com o Estado brasileiro são refratados através das especificidades da socialidade cigana; ou como uma tendência para o fechamento cultural se articula com uma necessidade de abertura a mudanças nas condições socioeconômicas na sociedade brasileira mais ampla. Convidamos pesquisadores - antropólogos, sociólogos, historiadores e outros - a contribuir para este núcleo especial da Civitas - Revista de Ciências Sociais. Os trabalhos devem ser preferencialmente baseados em pesquisas empíricas concretas e originais, privilegiando aquelas que discutem experiências e pontos de vista dos ciganos. Também serão avaliados trabalhos, que examinem documentos públicos ou visões de pessoas de fora das comunidades ciganas, desde que apresentem contribuições inovadoras aos Estudos Ciganos internacionais. Também encorajamos autores que articulem a temática cigana mobilizando discussões fora dos Estudos Ciganos, particularmente aquelas que animam as ciências sociais no Brasil de hoje.