terça-feira, julho 20, 2021

MOARA - “Descentrar o cânone da memória literária: repensando a obra de Bernardo Kucinski” - até 15/09/2021

Nome da Revista: MOARA

Classificação: B2

Dossiê Temático: “Descentrar o cânone da memória literária: repensando a obra de Bernardo Kucinski”

Prazo: 15/09/2021

Titulação: a) doutores, mestres e discentes de cursos de Doutorado e, b) discentes de curso de Mestrado em co-autoria com doutores.

Link para a chamada: clique aqui 


Texto da chamada


Descentrar o cânone da memória literária: repensando a obra de Bernardo Kucinski.


Organizadores: Prof. Dr. Vincenzo Russo (Universidade de Milão/Cátedra António Lobo Antunes), Profa. Dra. Marianna Scaramucci (Universidade de Milão) e Profa. Dra. Mayara Ribeiro Guimarães (Universidade Federal do Pará)


Em 2011, uma jovem e militante editora de São Paulo – a Expressão Popular – dava à estampa o primeiro romance de Bernardo Kucinski que deveria virar em poucos anos um paradigmático livro-culto (como lhe chamou o próprio autor) no Brasil e no estrangeiro. Um livro que obrigava o sistema cultural brasileiro a fazer mais uma vez as contas com as memórias não apenas literárias da Ditadura Militar a não ser por razões que iam além do campo literário: o romance de Kucinski foi o único documento literário utilizado pela Comissão da Verdade (2014). K. Relato de uma Busca (traduzido hoje em treze línguas e finalista dos prêmios São Paulo de Literatura e Portugal Telecom) marcava a estreia literária (aos 74 anos de idade) de um reconhecido jornalista e professor, ensaísta e divulgador cultural e também secretário de imprensa do ex-presidente Lula em seu primeiro governo (2003-2006).  Três anos depois de K., Kucinski publicava o livro Você vai voltar pra mim e outros contos, em 2014, e no mesmo ano, Alice. Não mais que de repente, pela editora Rocco. Dois anos depois, em 2016, estreia na maior editora do país, Companhia das Letras, com Os Visitantes, que representa a continuação em jeito de diálogo-reação à leitura de K. Relato de uma Busca, formando os dois livros uma espécie de mini-ciclo. De 2017 é Pretérito imperfeito onde está problematizada a questão do racismo através da história de laços familiares em desagregação. Em 2019, lança uma “paródia distópica do presente”, o romance A Nova Ordem e, pela mesma editora Alameda, publica em tempos de pandemia Júlia: nos campos conflagrados do Senhor, para contar através do romance, a história dos bebês sequestrados na ditadura.


Os organizadores deste dossiê da Revista Moara convidam as pesquisadoras e os pesquisadores a apresentarem artigos que analisem o conjunto da obra de Kucinski e a sua figura como intelectual engagé, o papel que essa obra ocupa na produção literária contemporânea, na recepção que ela teve fora do Brasil e no diálogo intertextual que ela entretém com a obra de outros autores nacionais e internacionais, a partir de um amplo espectro disciplinar.


 As propostas de submissão podem se adequar dentro das linhas de estudo indicadas a seguir:

- Estudos de crítica literária

- Estudo comparativo com obras de autores nacionais e internacionais

- Memory studies /Literatura e memória

- Tradutologia

- Estudos de recepção crítica

- História intelectual