quinta-feira, março 04, 2021

Revista Tomo - "Políticas e mercados criminais no norte e nordeste do brasil" - Até 31/05/2021

Nome da Revista: Revista Tomo

Classificação: B3

Dossiê Temático: Políticas e mercados criminais no norte e nordeste do brasil

Prazo: 31/05/2021

Titulação: Não informada.

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O aumento das ligações entre redes criminais existentes em diferentes regiões do País ganhou visibilidade nas grandes mídias com os conhecidos massacres em presídios do Norte e Nordeste do Brasil a partir de 2016, tornando-se um tema público nacional. Atraíram a atenção do “público” para ações brutais, mas também para a ampliação das ligações que conformam redes criminais entre periferias urbanas de todas as regiões do país e destas com as fronteiras nacionais. No campo acadêmico, esse fenômeno reforçou a urgência/necessidade de se pensar de maneira relacional, inter-regional e comparada o “crime”, focando nas dinâmicas urbanas que acontecem em diferentes redes de cidades do País.

O dossiê pretende divulgar artigos que abordem práticas entrelaçadas a políticas e mercados criminais que afetam as regiões Norte e Nordeste do País. Interessa reunir trabalhos dispostos a pensar a complexidade de mundos rurais, urbanos e ribeirinhos atravessados por multifacetadas agências criminais e criminalizadas. Esperamos contribuições que, atentas às especificidades regionais, privilegiem as lógicas e modos de atuação que lhes são próprias, evidenciando as diferenças em relação às práticas de fazer e de pensar o crime em outras regiões. Estimula-se trabalhos que tenham por foco a atuação de pessoas, grupos e redes que dinamizam trocas e o “ganhar a vida” em meio às múltiplas dificuldades de viver na fronteira entre o legal e o ilegal;  as transformações históricas ocorridas nas últimas décadas na gestão dos ilegalismos, incluindo mercados de roubos e drogas e envolvendo velhas e novas relações com as elites locais; as  disputas pelo controle de esquemas criminais e por territórios de interesse político e econômico (como fronteiras nacionais), incluindo as relações com as polícias e outras formas de presença do Estado; as diferentes sobreposições entre a dinâmica criminal e a expansão dos sistemas carcerários estaduais, conectando periferias e prisões em redes transregionais e transnacionais; os repertórios de práticas de regulação de conflitos que interseccionam tais políticas e mercados e incluem redes afetivas de vizinhança, parentesco ou de proteção faccional; e as políticas de gênero e sexualidade que atravessam os mercados e políticas criminais e as experiências e diversas agências de mulheres e pessoas LGBTs.

São bem-vindos artigos baseados em diferentes linhagens teóricas e metodológicas. A diversidade de abordagens e olhares permite o aprofundamento da compreensão coletiva sobre as formas de “fazer o crime” na contemporaneidade nortista e nordestina brasileiras.

Com isso, o dossiê pretende colaborar num esforço mais amplo de análise das transformações nas políticas e mercados criminais no Brasil e na América do Sul. Levamos em conta os tempos em que vivemos, de intensas e pouco claras transformações, em meio às quais o racismo e o genocídio negro e indígena, além de assassinatos indiscriminados de pobres urbanos, figuram as (im)possibilidades de enunciação de  imagens/imaginação de “nós”.